O vinho e as alterações climáticas: como seriam os vinhos do futuro?

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O vinho e as alterações climáticas: como seriam os vinhos do futuro?

O vinho e as alterações climáticas: como seriam os vinhos do futuro?

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À medida que a temperatura global continua a aquecer, algumas variedades de uvas podem desaparecer em breve.
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      Previsão Quantumrun
    • 22 de novembro de 2021

    A mudança climática está remodelando a indústria global do vinho, com o aumento das temperaturas e os padrões climáticos imprevisíveis que ameaçam os vinhedos tradicionais. No entanto, esses desafios também estão impulsionando a inovação, com viticultores explorando variedades de uva resilientes e novas regiões para a viticultura. Equilibrar essas mudanças com as preocupações ambientais e econômicas pode ser crucial para o futuro da indústria.

    Contexto do vinho e das alterações climáticas

    À medida que o mercúrio aumenta durante os meses de verão e os padrões climáticos imprevisíveis se tornam cada vez mais comuns, os vinhedos em todo o mundo estão sentindo o impacto. Bordeaux, uma região da França conhecida como um centro global de produção de vinho, está enfrentando uma situação séria. A variedade de uva mais célebre da região, Merlot, está sob ameaça de desaparecer completamente. Os principais culpados são o aumento das temperaturas e os períodos prolongados de seca, que levaram as uvas a amadurecer prematuramente e gerar um excesso de açúcar em relação ao álcool.

    Este cenário não é exclusivo de Bordeaux, mas indica os desafios enfrentados pelos viticultores em todo o mundo. Embora existam algumas vantagens em climas mais quentes, como o potencial para vinhos de base mais robustos e saborosos, esses benefícios são ofuscados pelas consequências negativas. Esses desafios incluem colheitas danificadas pela luz solar excessiva, longos períodos de geada durante o inverno e a invasão do aumento do nível do mar levando a inundações. Dos vinhedos de Napa Valley, na Califórnia, às regiões do norte da Alemanha, os viticultores estão sentindo os efeitos dessas mudanças climáticas.

    Em resposta a estes desafios, os viticultores estão explorando várias estratégias para se adaptar e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Uma dessas abordagens envolve o estudo de diferentes espécies de uva que são mais resistentes a essas condições de mudança. O objetivo é identificar variedades que podem prosperar apesar das temperaturas mais altas, padrões climáticos irregulares e outros estressores ambientais.

    Impacto disruptivo

    Os padrões climáticos em mudança apresentam uma mistura de oportunidades e desafios para a indústria global do vinho. Do lado positivo, as temperaturas mais quentes estão viabilizando a viticultura em regiões antes impróprias para a produção de vinho. Por exemplo, lugares como a ilha de Föhr e Stargarder Land na Alemanha, Finlândia e Inglaterra agora podem participar da indústria do vinho. No entanto, o aumento da umidade e das chuvas estão promovendo o crescimento de pragas, fungos e bolor, que representam ameaças significativas aos vinhedos existentes.

    Para salvaguardar o futuro da viticultura, os especialistas sugerem que são necessárias alterações na legislação. Certas regiões da Europa, por exemplo, possuem leis que proíbem a importação e o cultivo de variedades de uvas que não sejam nativas da região. Este tipo de regulamentação pode limitar a capacidade de adaptação dos viticultores às novas condições. No entanto, há sinais de progresso. Em 2019, os produtores de vinho de Bordeaux tomaram uma decisão significativa durante uma assembleia geral de plantar sete variedades de uvas não encontradas originalmente na região, um movimento que visa aumentar a resiliência.

    A Política de Vinhos da União Européia (UE) é outro exemplo de esforços regulatórios para sustentar a indústria da viticultura. Esta política visa fomentar a inovação e apoiar os agricultores, passos cruciais para enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas. Ao encorajar novas abordagens e oferecer assistência aos mais afetados, essas políticas podem ajudar a garantir a continuidade da produção de vinho.

    Implicações do vinho e das alterações climáticas

    Implicações mais amplas do vinho e das mudanças climáticas podem incluir:

    • Mais trocas de plantações à medida que os viticultores continuam a testar a adequação de diferentes espécies de uvas em diferentes regiões de cultivo.
    • Mais plantações em áreas montanhosas para evitar grandes inundações.
    • O uso de laboratórios ou plantações internas para cultivar uvas que não conseguiam sobreviver em climas quentes.
    • Resultados de pesquisas e conhecimentos adquiridos de viticultores sendo aplicados a outros nichos agrícolas.
    • Uma mudança no mapa global do vinho, com regiões tradicionalmente mais frias se tornando novos centros para a viticultura, levando a uma redistribuição do poder econômico e influência dentro da indústria.
    • A necessidade de variedades de uva mais resilientes impulsiona os avanços nas tecnologias e práticas agrícolas, levando à criação de novos empregos e habilidades no setor.
    • O aumento da prevalência de pragas e doenças devido ao aumento da umidade requer maior uso de pesticidas.
    • O potencial de produção de vinho em novas regiões, resultando em mudanças demográficas à medida que as pessoas se mudam para essas áreas em busca de oportunidades de emprego na indústria em expansão.
    • A alteração das condições nas regiões vitivinícolas tradicionais conduz à diminuição da produção de alguns tipos de vinho, podendo conduzir a preços mais elevados e impactar o comportamento do consumidor.

    Questões a considerar

    • Você notou alguma mudança significativa de sabor ou cor em seus vinhos favoritos ao longo dos anos?
    • De que outra forma você acha que a produção de vinho pode ser afetada pelas mudanças climáticas?

    Referências de insights

    Os seguintes links populares e institucionais foram referenciados para esta percepção: