Política externa corporativa: as empresas estão se tornando diplomatas influentes

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Política externa corporativa: as empresas estão se tornando diplomatas influentes

Política externa corporativa: as empresas estão se tornando diplomatas influentes

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À medida que as empresas crescem e enriquecem, elas agora desempenham um papel na tomada de decisões que moldam a diplomacia e as relações internacionais.
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      Previsão Quantumrun
    • 9 de janeiro de 2023

    Algumas das maiores empresas do mundo agora têm poder suficiente para moldar a política global. Nesse sentido, a nova decisão da Dinamarca de nomear Casper Klynge como seu “embaixador da tecnologia” em 2017 não foi um golpe publicitário, mas uma estratégia bem pensada. Muitos países seguiram o exemplo e criaram posições semelhantes para resolver divergências entre conglomerados de tecnologia e governos, trabalhar juntos em interesses compartilhados e formar parcerias público-privadas. 

    Contexto da política externa corporativa

    De acordo com um artigo publicado no European Group for Organizational Studies, desde o século 17, as corporações têm tentado exercer sua influência sobre a política governamental. No entanto, os anos 2000 viram um aumento acentuado na magnitude e no tipo de tática usada. Esses esforços visam influenciar os debates sobre políticas, as percepções do público e o envolvimento do público por meio da coleta de dados. Outras estratégias populares incluem campanhas de mídia social, parcerias estratégicas com organizações sem fins lucrativos, publicações em grandes organizações de notícias e lobby aberto para leis ou regulamentos desejados. As empresas também estão levantando fundos de campanha por meio de comitês de ação política (PACs) e colaborando com grupos de reflexão para moldar agendas políticas, influenciando os debates sobre legislação no tribunal da opinião pública.

    Um exemplo de executivo da Big Tech que se tornou estadista é o presidente da Microsoft, Brad Smith, que se reúne regularmente com chefes de estado e ministros das Relações Exteriores sobre os esforços de hackers da Rússia. Ele desenvolveu um tratado internacional chamado Convenção de Genebra Digital para proteger os cidadãos contra ataques cibernéticos patrocinados pelo Estado. No documento de política, ele instou os governos a criar um acordo de que não atacariam serviços essenciais, como hospitais ou empresas de eletricidade. Outra proibição sugerida é atacar sistemas que, quando destruídos, podem prejudicar a economia global, como a integridade de transações financeiras e serviços baseados em nuvem. Essa tática é apenas um exemplo de como as empresas de tecnologia estão usando cada vez mais sua influência para persuadir os governos a criar leis que seriam benéficas para essas empresas.

    Impacto disruptivo

    Em 2022, o site de notícias The Guardian divulgou uma exposição sobre como as empresas de energia com sede nos Estados Unidos fizeram lobby secretamente contra a energia limpa. Em 2019, o senador estadual democrata José Javier Rodríguez propôs uma lei em que os proprietários poderiam vender energia solar barata a seus inquilinos, reduzindo os lucros do titã da energia Florida Power & Light (FPL). A FPL então contratou os serviços da Matrix LLC, uma empresa de consultoria política que exerceu poder nos bastidores em pelo menos oito estados. O próximo ciclo eleitoral resultou na expulsão de Rodríguez do cargo. Para garantir esse resultado, os funcionários da Matrix canalizaram dinheiro para anúncios políticos de um candidato com o mesmo sobrenome de Rodríguez. Essa estratégia funcionou dividindo os votos, resultando na vitória do candidato desejado. No entanto, mais tarde foi revelado que este candidato havia sido subornado para entrar na corrida.

    Em grande parte do sudeste dos Estados Unidos, grandes concessionárias de energia elétrica operam como monopólios com consumidores cativos. Eles deveriam ser rigidamente regulamentados, mas seus ganhos e gastos políticos não controlados os tornam algumas das entidades mais poderosas de um estado. De acordo com o Centro de Diversidade Biológica, as empresas de serviços públicos dos EUA têm poder de monopólio porque devem promover o interesse público geral. Em vez disso, eles estão usando sua vantagem para manter o poder e corromper a democracia. Houve duas investigações criminais sobre a campanha contra Rodríguez. Essas investigações levaram a acusações contra cinco pessoas, embora Matrix ou FPL não tenham sido acusadas de nenhum crime. Os críticos agora estão se perguntando quais seriam as ramificações de longo prazo se as empresas moldassem ativamente a política internacional.

    Implicações da política externa corporativa

    Implicações mais amplas da política externa corporativa podem incluir: 

    • As empresas de tecnologia enviam rotineiramente seus representantes para participar de grandes convenções, como as Nações Unidas ou as conferências do G-12, para contribuir com as principais discussões.
    • Presidentes e chefes de estado convidam cada vez mais CEOs nacionais e internacionais para reuniões formais e visitas de estado, como fariam com o embaixador de um país.
    • Mais países criando embaixadores de tecnologia para representar seus respectivos interesses e preocupações no Vale do Silício e em outros centros globais de tecnologia.
    • As empresas gastam pesadamente em lobbies e colaborações políticas contra projetos de lei que limitariam seu alcance e poder. Um exemplo disso seria Big Tech versus leis antitruste.
    • Incidentes crescentes de corrupção e manipulação política, particularmente nas indústrias de serviços financeiros e de energia.

    Perguntas para comentar

    • O que os governos podem fazer para equilibrar o poder das empresas na formulação de políticas globais?
    • Quais são os outros perigos potenciais de as empresas se tornarem politicamente influentes?

    Referências de insights

    Os seguintes links populares e institucionais foram referenciados para esta percepção: