Materiais à base de CO2: quando as emissões se tornam lucrativas

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Materiais à base de CO2: quando as emissões se tornam lucrativas

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Materiais à base de CO2: quando as emissões se tornam lucrativas

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De alimentos a roupas e materiais de construção, as empresas estão tentando encontrar maneiras de reciclar o dióxido de carbono.
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      Previsão Quantumrun
    • 4 de novembro de 2022

    Resumo do insight

    As startups que valorizam o carbono estão liderando o caminho na reciclagem das emissões de carbono em algo valioso. Os combustíveis e os materiais de construção demonstram, nomeadamente, o maior potencial de redução do dióxido de carbono (CO2) e de viabilidade de mercado. Como resultado, uma série de produtos são fabricados com CO2, desde bebidas alcoólicas e joias de alta qualidade até itens mais práticos, como concreto e alimentos.

    Contexto de materiais à base de CO2

    A indústria de tecnologia de carbono é um mercado em rápido desenvolvimento que vem ganhando a atenção dos investidores. Um relatório da PitchBook revelou que as startups de tecnologia climática especializadas em tecnologias de redução de carbono e emissões levantaram 7.6 mil milhões de dólares em financiamento de capital de risco (VC) no terceiro trimestre de 2023, superando o recorde anterior estabelecido em 2021 em 1.8 mil milhões de dólares. Além disso, a Canary Media observou que no primeiro semestre de 2023, 633 startups de tecnologia climática arrecadaram dinheiro, um aumento em relação às 586 no mesmo período do ano passado.

    Com base em uma análise realizada em 2021 pela Iniciativa Global de CO2 da Universidade de Michigan, esse setor tem potencial para reduzir as emissões globais de CO2 em 10%. Esse número significa que a utilização de carbono é um requisito inevitável que deve ser levado em consideração no conjunto de tecnologias necessárias para atingir as metas de zero líquido estabelecidas por governos e empresas. 

    Em particular, combustíveis e materiais de construção, como concreto e agregados, têm os maiores níveis de redução de CO2 e potencial de mercado. Por exemplo, o cimento, um componente chave do concreto, é responsável por 7% das emissões globais de CO2. Os engenheiros estão se esforçando para revolucionar a tecnologia do concreto, produzindo concreto com infusão de CO2 que não apenas captura gases de efeito estufa, mas também tem maior resistência e flexibilidade do que seus equivalentes tradicionais. 

    Impacto disruptivo

    Várias startups estão lançando produtos interessantes feitos de CO2. A CarbonCure, sediada no Canadá, fundada em 2012, é uma das primeiras organizações a incorporar carbono em materiais de construção. A tecnologia funciona injetando CO2 no concreto durante o processo de mistura. O CO2 injetado reage com o concreto úmido e rapidamente fica armazenado como mineral. A estratégia de negócios da CarbonCure é vender sua tecnologia para produtores de materiais de construção. A empresa moderniza os sistemas desses fabricantes, transformando-os em negócios de tecnologia de carbono.

    A Air Company, uma startup sediada em Nova York de 2017, vende itens à base de CO2, como vodka e perfume. A empresa até produziu desinfetante para as mãos durante a pandemia do COVID-19. Sua tecnologia utiliza carbono, água e energia renovável e os mistura em um reator para criar álcoois como o etanol.

    Enquanto isso, a startup Twelve desenvolveu um eletrolisador de caixa de metal que usa apenas água e energia renovável. A caixa converte CO2 em gás de síntese (syngas), uma combinação de monóxido de carbono e hidrogênio. O único subproduto é o oxigênio. Em 2021, o gás de síntese foi usado no primeiro combustível de aviação neutro em carbono e livre de fósseis do mundo. 

    E, finalmente, o primeiro fio e tecido produzidos a partir de emissões de carbono capturadas foram criados em 2021 pela empresa de biotecnologia LanzaTech em parceria com a marca de roupas esportivas lululemon. Para produzir etanol a partir de fontes de resíduos de carbono, a LanzaTech utiliza soluções naturais. A empresa colaborou com a India Glycols Limited (IGL) e a produtora têxtil de Taiwan Far Eastern New Century (FENC) para produzir poliéster a partir de seu etanol. 

    Implicações de materiais à base de CO2

    Implicações mais amplas de materiais à base de CO2 podem incluir: 

    • Governos incentivando as indústrias de captura de carbono e de carbono para valor a cumprir suas promessas de carbono líquido zero.
    • Aumentar os investimentos em pesquisas sobre como a tecnologia de carbono pode ser aplicada em outros setores, como saúde e exploração espacial.
    • Mais startups de tecnologia de carbono em parceria com empresas e marcas para criar produtos de nicho baseados em carbono. 
    • Marcas em transição para materiais e processos baseados em carbono para melhorar suas classificações ambientais, sociais e de governança (ESG).
    • Consumidores éticos mudando para produtos de carbono reciclado, mudando a participação de mercado para negócios sustentáveis.
    • Aumento do interesse corporativo na tecnologia do carbono, levando à formação de departamentos especializados focados na integração dessas tecnologias nas linhas de produção existentes.
    • A crescente demanda por profissionais de tecnologia de carbono levou as universidades a desenvolver currículos e programas de treinamento dedicados.
    • Colaborações internacionais entre governos para padronizar regulamentações para tecnologia de carbono, simplificando o comércio e a aplicação globais.

    Questões a considerar

    • Como os governos podem incentivar as empresas a fazer a transição para processos de carbono para valor?
    • Quais são os outros benefícios potenciais da reciclagem de emissões de carbono?